Numerosíssimas
são as monografias consagradas ao estudo dos nomes pessoais Teofóricos na
literatura semita antiga. Em relação aos nomes pessoais teofóricos israelitas
na antiga língua hebraica (no Antigo Testamento) podemos dividir os nomes
teofóricos em dois grupos:
1-
Nome de uma só palavra: Nome-substituto
Teofórico
2-
Nome-frase teofórica.
1 – NOME-PALAVRA
TEOFÓRICA
Nome pessoal
teofórico que consta de uma única palavra, em geral, é formado por uma palavra
de parentesco: ’ab (pai), ’ah (irmã),
‘am (povo) ‘ebel (servo), bem (filho), ’ish (homem). Esses nomes são muito
frequentes nas línguas acádica, fenícia, hebraica...
2 – NOME-FRASE
TEOFÓRICA
O nome-frase é
formado por uma frase completa. A frase pode ser de 2 tipos:
a)
Nome-frase nominal
b)
Nome-frase verbal
a) Nome-frase nominal – formado por dois
substantivos, lado a lado, ligado por um “i” de ligação.
Sujeito:
Em geral o nome que vem em primeiro lugar é o sujeito e o que tem em segundo
lugar é o predicado. Normalmente o nome que vem em primeiro lugar é o elemento
teofórico. Por exemplo: ’Eli-‘am
(povo de Deus). Mas às vezes pode haver uma inversão: ‘Am-‘El. Exemplo em assírio: Ili-milk
X Milki-ili. Qual dos dois elementos (o primeiro ou o segundo) é o sujeito
do nome teofórico? Em geral o sujeito é o que vem em primeiro lugar.
b) Nome-frase verbal – Nome teofórico
formado com uma frase completa, com um verbo, em geral, no perfeito, e com um
substantivo como sujeito.
Noth consagra
uma longa introdução ao estudo da estrutura gramatical dos nomes teofóricos
hebraicos: nomes-palavras, nomes-frases (frase nominal e frase verbal); na
frase verbal há uma predileção dos verbos na forma perfeita Kal, em vez de hifil ou pil. De modo
especial estudarei o uso dos nomes parentescos ’ab (pai),’ah (irmão), ‘am (povo), nos nomes teofóricos hebraicos.
Neste presente
estudo analisarei apenas os nomes teofóricos formados com a palavra “’El” (deus) e seus derivados ’Eli,’eloah,’elohim, presentes nos
nomes teofóricos.
Evidentemente,
cada um desses nomes teofóricos podem ocorrer em vários lugares da Bíblia
hebraica.
Tendo-se
manifestado de muitas formas e modos, fazendo-se “conhecer” o ser superior ao
qual denominamos “DEUS” no contexto
da história do povo de Israel; dialogou com o ser humano de muitos modos e
maneiras diversas; em algumas delas revelou-se muitos nomes ao qual lhe é e são
atribuídos até o presente momento da história da humanidade.
O mesmo no dialogo com Moisés, apresentou-se como: EU SOU O DEUS DOS VOSSOS PAIS, O DEUS DE ABRAÃO,
O DEUS DE ISAC E O DEUS DE JACÓ (Ex.3,6). Fazendo-se ainda um mistério do seu verdadeiro “EU” usando-se de adjetivos para
identificar-se. Contudo, no momento da Sarça Ardente, ele apresenta-se como: “EU SOU” (Ex. 3,14) e variando as traduções podemos ver: “EU SOU O QUE SOU” (3,14) ou ainda,
fazendo uma tradução perfeita do Hebraico, podemos ver que seria: “EU SOU O QUE SEMPRE FUI”.
O mesmo por vezes ao dialogar com o seu Servo, Moisés;
atribui-se o nome de “IAHWEH” (Ex.
3,16) fazendo com que o mesmo nome fosse aplicado pelo Profeta, em muitos dos
seus diálogos com o seu Irmão Aarão e ao falar com o Faraó. Sobre o Deus de Israel;
o chamado de “IAHWEH NOSSO DEUS”.
Fazendo-se ainda perceber que o mesmo, fazia uso de
alguns elementos para sua Teofania ao longo da libertação do povo Hebreu; onde
os ouviam e os viam de muitas formas: “TROVÕES,
RELÂMPAGOS, NUVENS, FOGO E TROMBETAS” (Ex.19,16, 19). É possível perceber
ainda que lhe é atribuído muitos outros nomes como: “EL SHADDAI” (Ex.6,3), “DEUS,
SENHOR, IAH” (Ex.15,2), “O DEUS DOS
HEBREUS, O DEUS DE ISRAEL, ISRAEL” (Ex 19,2) e tantas outras variações e
junções desses nomes.
É
notório ao longo da saída do povo Hebreu que, aquele que conduzia o povo não
era Moisés, mas, o próprio Deus. E que o mesmo por vezes tivera seu nome
escrito ou transliterado fora de contexto ou quiçá, de forma errônea. Já que o
nome de “Deus” era impronunciável e por vezes quando escrito de forma erronia.
Vejamos:
Um gênero literário, que chama a atenção, são os numerosos estudos sobre os
nomes pessoais dos semitas, que frequentemente tem um caráter teofórico. Entre
esses nomes teofóricos semitas, prepondera absolutamente o nome divino “il”, ou o nome do deus “El”, com suas variantes gráficas. Fazendo-se
assim o nome divino ser impronunciável e uma escrita semítica errônea, onde por
vezes pode-se haver perdido completamente o contexto ou até o próprio nome
revelado por Deus.
YHWH ou YAHWEH são por vezes os mais
pronunciados em um contexto de uma transliteração ao referir-se ao nome do ser
superior manifestado ou revelado. Mas, ainda existem outras denominações ao
mesmo como: Adonai ("O Senhor") ou HaShem ("O Nome").
Mergulhando ainda nos fatos históricos; constatamos
que: “Para designar o Ser Divino às línguas semíticas possuem uma mesma palavra
escrita com algumas variantes, mas que refletem a mesma etimologia: ‘El,
‘Il, Ilu, Ilah, ‘Elim, Elani, Allah, Elat,‘Eloah,‘Elohim.
É provável ainda que a escrita do nome de
Deus seja por vezes ainda escrita de forma errônea; por medo ou por uma
profunda obediência ao terceiro mandamento do
Decálogo: "Não tomarás o nome
de YHWH, em vão, pois YHWH não considerará impune aquele que tomar seu nome em
vão" (Êx 20,7). Portanto,
os escritos dos semíticos é uma profunda evolução do nome do ser divino, ao
qual era impronunciável e por isso, vemos tantas transliterações e escritos
diferentes referente ao mesmo ser divino que si manifestou aos patriarcas e ao
profeta Moisés.
Para concluir é
preciso fazer menção á um dado mui importante da história do povo do oriente:
O “nome” e a denominação, isto é,
impor um nome, não é em todo o Oriente Antigo questão insignificante . O nome
descreve a essência de uma coisa. Deus permite que o primeiro homem no paraíso
dê nome aos animais (Gn 2, 19 ss), desse modo eles são entregues ao seu domínio.
Deste pressuposto depende também a grande relevância dada a troca de nome.
Assim o Faraó do Egito dá a José o nome de Saphenat Pancah (Gn 41, 45) que
significa “ele tem a vida”.
Conhecer o nome de uma pessoa
significa poder prejudica-la, mas também fazer-lhe bem; assim Deus conhece
Moisés pelo nome (Ex 33, 12. 17). A partir daí se pode também compreender que
importância significa para os fiéis conhecer o verdadeiro nome de Deus (Ex 3,
13 ss), visto que o nome atinge a essência, desvenda também o caráter e o
destino de seu portador.
O nome pode originar-se de um
acontecimento especial no nascimento. Assim Raquel, que morreu ao dar à luz,
denomina seu filho: Ben-oni, “Filho
da minha dor”; Jacó muda esse nome, que tinha um acento infeliz, em Bejamim,
“filho da minha direita” (Gn 35, 18).

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