sexta-feira, 13 de maio de 2016

O nome de Deus no livro do Êxodo.



Numerosíssimas são as monografias consagradas ao estudo dos nomes pessoais Teofóricos na literatura semita antiga. Em relação aos nomes pessoais teofóricos israelitas na antiga língua hebraica (no Antigo Testamento) podemos dividir os nomes teofóricos em dois grupos:
1-      Nome de uma só palavra: Nome-substituto Teofórico
2-      Nome-frase teofórica.
1 – NOME-PALAVRA TEOFÓRICA
Nome pessoal teofórico que consta de uma única palavra, em geral, é formado por uma palavra de parentesco: ’ab (pai), ’ah (irmã), ‘am (povo) ‘ebel (servo), bem (filho), ’ish (homem). Esses nomes são muito frequentes nas línguas acádica, fenícia, hebraica...
2 – NOME-FRASE TEOFÓRICA
O nome-frase é formado por uma frase completa. A frase pode ser de 2 tipos:
a)      Nome-frase nominal
b)      Nome-frase verbal
a) Nome-frase nominal – formado por dois substantivos, lado a lado, ligado por um “i” de ligação.
Sujeito: Em geral o nome que vem em primeiro lugar é o sujeito e o que tem em segundo lugar é o predicado. Normalmente o nome que vem em primeiro lugar é o elemento teofórico. Por exemplo: ’Eli-‘am (povo de Deus). Mas às vezes pode haver uma inversão: ‘Am-‘El. Exemplo em assírio: Ili-milk X Milki-ili. Qual dos dois elementos (o primeiro ou o segundo) é o sujeito do nome teofórico? Em geral o sujeito é o que vem em primeiro lugar.
b) Nome-frase verbal – Nome teofórico formado com uma frase completa, com um verbo, em geral, no perfeito, e com um substantivo como sujeito.
Noth consagra uma longa introdução ao estudo da estrutura gramatical dos nomes teofóricos hebraicos: nomes-palavras, nomes-frases (frase nominal e frase verbal); na frase verbal há uma predileção dos verbos na forma perfeita Kal, em vez de hifil ou pil. De modo especial estudarei o uso dos nomes parentescos ’ab (pai),’ah (irmão), ‘am (povo), nos nomes teofóricos hebraicos.
Neste presente estudo analisarei apenas os nomes teofóricos formados com a palavra “’El” (deus) e seus derivados ’Eli,’eloah,’elohim, presentes nos nomes teofóricos.
Evidentemente, cada um desses nomes teofóricos podem ocorrer em vários lugares da Bíblia hebraica.
Tendo-se manifestado de muitas formas e modos, fazendo-se “conhecer” o ser superior ao qual denominamos “DEUS” no contexto da história do povo de Israel; dialogou com o ser humano de muitos modos e maneiras diversas; em algumas delas revelou-se muitos nomes ao qual lhe é e são atribuídos até o presente momento da história da humanidade.
O mesmo no dialogo com Moisés, apresentou-se como: EU SOU O DEUS DOS VOSSOS PAIS, O DEUS DE ABRAÃO, O DEUS DE ISAC E O DEUS DE JACÓ (Ex.3,6). Fazendo-se ainda um mistério do seu verdadeiro “EU” usando-se de adjetivos para identificar-se. Contudo, no momento da Sarça Ardente, ele apresenta-se como: “EU SOU” (Ex. 3,14) e variando as traduções podemos ver: “EU SOU O QUE SOU” (3,14) ou ainda, fazendo uma tradução perfeita do Hebraico, podemos ver que seria: “EU SOU O QUE SEMPRE FUI”.
O mesmo por vezes ao dialogar com o seu Servo, Moisés; atribui-se o nome de “IAHWEH” (Ex. 3,16) fazendo com que o mesmo nome fosse aplicado pelo Profeta, em muitos dos seus diálogos com o seu Irmão Aarão e ao falar com o Faraó. Sobre o Deus de Israel; o chamado de “IAHWEH NOSSO DEUS”.
Fazendo-se ainda perceber que o mesmo, fazia uso de alguns elementos para sua Teofania ao longo da libertação do povo Hebreu; onde os ouviam e os viam de muitas formas: “TROVÕES, RELÂMPAGOS, NUVENS, FOGO E TROMBETAS” (Ex.19,16, 19). É possível perceber ainda que lhe é atribuído muitos outros nomes como: “EL SHADDAI” (Ex.6,3), “DEUS, SENHOR, IAH” (Ex.15,2), “O DEUS DOS HEBREUS, O DEUS DE ISRAEL, ISRAEL” (Ex 19,2) e tantas outras variações e junções desses nomes.
É notório ao longo da saída do povo Hebreu que, aquele que conduzia o povo não era Moisés, mas, o próprio Deus. E que o mesmo por vezes tivera seu nome escrito ou transliterado fora de contexto ou quiçá, de forma errônea. Já que o nome de “Deus” era impronunciável e por vezes quando escrito de forma erronia.
Vejamos: Um gênero literário, que chama a atenção, são os numerosos estudos sobre os nomes pessoais dos semitas, que frequentemente tem um caráter teofórico. Entre esses nomes teofóricos semitas, prepondera absolutamente o nome divino “il”, ou o nome do deus “El”, com suas variantes gráficas. Fazendo-se assim o nome divino ser impronunciável e uma escrita semítica errônea, onde por vezes pode-se haver perdido completamente o contexto ou até o próprio nome revelado por Deus.
YHWH ou YAHWEH são por vezes os mais pronunciados em um contexto de uma transliteração ao referir-se ao nome do ser superior manifestado ou revelado. Mas, ainda existem outras denominações ao mesmo como: Adonai ("O Senhor") ou HaShem ("O Nome").
Mergulhando ainda nos fatos históricos; constatamos que: “Para designar o Ser Divino às línguas semíticas possuem uma mesma palavra escrita com algumas variantes, mas que refletem a mesma etimologia: ‘El, ‘Il, Ilu, Ilah, ‘Elim, Elani, Allah, Elat,‘Eloah,‘Elohim.
É provável ainda que a escrita do nome de Deus seja por vezes ainda escrita de forma errônea; por medo ou por uma profunda obediência ao terceiro mandamento do  Decálogo: "Não tomarás o nome de YHWH, em vão, pois YHWH não considerará impune aquele que tomar seu nome em vão" (Êx 20,7). Portanto, os escritos dos semíticos é uma profunda evolução do nome do ser divino, ao qual era impronunciável e por isso, vemos tantas transliterações e escritos diferentes referente ao mesmo ser divino que si manifestou aos patriarcas e ao profeta Moisés.
            Para concluir é preciso fazer menção á um dado mui importante da história do povo do oriente:
 O “nome” e a denominação, isto é, impor um nome, não é em todo o Oriente Antigo questão insignificante . O nome descreve a essência de uma coisa. Deus permite que o primeiro homem no paraíso dê nome aos animais (Gn 2, 19 ss), desse modo eles são entregues ao seu domínio. Deste pressuposto depende também a grande relevância dada a troca de nome. Assim o Faraó do Egito dá a José o nome de Saphenat Pancah (Gn 41, 45) que significa “ele tem a vida”.
Conhecer o nome de uma pessoa significa poder prejudica-la, mas também fazer-lhe bem; assim Deus conhece Moisés pelo nome (Ex 33, 12. 17). A partir daí se pode também compreender que importância significa para os fiéis conhecer o verdadeiro nome de Deus (Ex 3, 13 ss), visto que o nome atinge a essência, desvenda também o caráter e o destino de seu portador.
O nome pode originar-se de um acontecimento especial no nascimento. Assim Raquel, que morreu ao dar à luz, denomina seu filho: Ben-oni, “Filho da minha dor”; Jacó muda esse nome, que tinha um acento infeliz, em Bejamim, “filho da minha direita” (Gn 35, 18).

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