sexta-feira, 10 de junho de 2016

O SIGNIFICADO DA ALIANÇA SINAITA PARA ISRAEL E ISRAEL NA PALESTINA





Ao refletir e estudar sobre os caminhos da história da fé, é preciso trilhar os passos daqueles que outrora fora o povo ao qual YHWH (o Senhor Deus) revelou-se.  Fazendo do mesmo o Seu povo eleito. Um povo régio e uma nação santa (Ex 19,6). Ao qual se inclinou e fez-se conhecer e quis fazer uma aliança eterna.
YHWH é um nome histórico, revelado, não se trata, portanto, de um conceito filosófico abstrato totalmente estranho à mentalidade dos antigos hebreus. Mas precisamente por ter sido revelado por Deus é um nome cujo conteúdo possui um valor religioso revelado por Deus. É um nome cujo conteúdo possui um valor religioso transcendente.
O valor religioso desse nome foi se explicitando cada vez mais na revelação progressiva do Deus de Israel como o ser absoluto, único, eterno, infinito, santo, onipotente, incomensurável, onipresente, justo e misericordioso, num contexto, portanto, profundamente teológico. Desde o inicio Deus já diz a Moisés: “Fala assim aos israelitas: Jahweh, o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, de Isaac e o Deus de Jacó, enviou-me a vós. Este é o meu nome pra todos os tempos e esta é a minha denominação, de geração e geração”.
Já na vocação de Moisés Deus falara: Eu sou aquele que sou! E ainda: Fala assim aos israelitas: “Eu Sou” me enviou a vós. Logo Deus insiste sobre a importância de seu nome. O “Ser” que Deus se atribui não é, portanto, uma propriedade, como o poder e a bondade, mas é algo que se identifica com a natureza mesma da divindade.
Aquele “que é”, não é uma abstração puramente racional, nem um ser impessoal, mas um ser operante e pessoal. Ele mesmo se define: “Eu sou”. Ele fala a Moisés e o envia. Recorda a promessa feita aos patriarcas e quer tirar os israelitas da escravidão. Visto que Deus é o “ser”, ele é “um Deus vivo” (Gn 16, 14; 1Re 17, 20, etc). Enquanto “Aquele que é” o Deus vivo, ele é também a origem de toda vida (Sl 36, 10).
Visto que Deus é o ser, ele permanece fiel às suas decisões e não esquece as promessas que fez. Logo, ele é Constante, o Fiel. Do nome e do seu significado, os israelitas podiam e deviam deduzir que ele queria ter misericórdia dos oprimidos. Trata-se, porém, de uma dedução. Deus não se chama “Aquele que é” porque é fiel, mas é fiel, porque é “Aquele que é”.
Mas, para compreendermos perfeitamente o que vem a ser essa “ALIANÇA” precisamos entender o que significa o mesmo e qual o peso e valor deste pacto para o povo de Israel. O Dicionário Bíblico Bauer, nos descreve um conceito nos seguintes termos: “O conceito de aliança ( em hebraico berith, [ = b ], de etimologia discutida, comparar  com o acádico birîtu, “ laço” e birît,  “entre”)   tem sua origem no campo jurídico das relações . Berith significa a existência de segurança nas relações ( cfr. Pág 28 dic.) , ou ainda: “ na aliança de Deus com o seu  povo resume-se a essência mesma da religião do Antigo e do Novo Testamento, de tal forma que  em Dan. 11, 28.30 “a santa aliança” tem o mesmo que religião de Israel.  Ou ainda, podemos definir segundo o dicionário da língua portuguesa por:  Pacto contraído por mútuo acordo, para determinado fim comum.
Já com a evolução do pensamento hebraico o cativeiro em Babilônia traz a expressão mais genuína da fé do Povo de Deus, o autor do Livro da Consolação não vê melhor razão de esperar que no nome mesmo de Deus: Ele é. É lícito esperar, porque Deus se chama Jahweh, tal será o argumento fundamental. Porque Deus se chama Jahweh ele existe, sem começo nem fim, o primeiro e o último (41, 4; 44, 6; 48, 12); porque tal é seu nome, foi ele quem tudo criou, ele é o Senhor absoluto de todas as coisas e dos seres, o Senhor do universo, fora dele nada existe, tudo é nada( 45, 14-17; 46, 9). Vê-se que o nome de Jahweh postula o que se poderia já denominar uma teologia: porque a esta primeira revelação o autor relaciona a afirmação da eternidade, da unidade, da onipotência, da fidelidade de Deus; e longe de reduzir a significação do nome àquela do ato criador, ele a opõe por assim dizer, ao resultado de sua criação: Deus é, a criatura não é...
O autor do Livro da Sabedoria também não hesita em designar a Deus como Aquele-que-é. Com mais este pormenor, que se pode atingir o conhecimento daquele-que- é, por um processo racional, independentemente da revelação que funda a aliança (Sab 13, 1ss).
O rito da aliança, narrado em Gn 15, 7 -17 encontra sua explicação nas práticas rituais arcaicas de Mari. Conforme os textos de Mari, para fazer um pacto se esquartejava um asno e para dizer “contratar um pacto” se dizia “matar o asno da aliança”[1]. A expressão hebraica “karat há-berit” (cortar a aliança) em latim: fuedus percutere, icere, ferire, reflete exatamente elementos culturais da Mesopotâmia e da Palestina do 1º e do 2º milênio. Num texto assírio se fala do contrato entre o rei sírio, Matelu e o rei da Assíria, Assurnirari, no qual depois de esquartejar um bode, diz o rei da Síria: “Se Matilu pecar contra o juramento, que sua cabeça seja cortada como a cabeça deste bode...”[2]. à luz deste fundo cultural, se deve entender o rito arcaico de Gn 15, 7-17 que supõe relações com a divindade de modo antropomórfico.
Esse rito é praticado ainda hoje pelos beduínos moabitas que, para conjurar uma epidemia, matam uma ovelha, cortam-na pela metade, colocam as duas partes diante da porta e todos os membros da família devem passar entre ambas as partes. Um costume semelhante se lê em Jer. 34, 18.
Conforme o pensamento hebreu fora se solidificando, adentramos na realidade no assunto de modo mais especifico. A Aliança Sinaíta é um momento de Revelação de Deus. A iniciativa é do Senhor (as alianças antigas eram propostas pelos mais fracos, portanto vinha do reconhecimento dos seres humanos que podiam transcender aos deuses que cultuavam, aqui temos o contrário).
Para compreender melhor, vamos ver Em Ex 24,3-11:
3. Moisés veio referir ao povo todas as palavras do Senhor, e todas as suas leis; e o povo inteiro respondeu a uma voz: “Faremos tudo o que o Senhor disse.” 4. E Moisés escreveu todas as palavras do Senhor.  No dia seguinte, de manhã, edificou um altar ao pé da montanha e levantou doze estelas para as doze tribos de Israel. 5. Enviou jovens dentre os israelitas, os quais ofereceram holocaustos e sacrifícios ao Senhor e imolaram touros em sacrifícios pacíficos. 6. Moisés tomou a metade do sangue para metê-lo em bacias, e derramou a outra metade sobre o altar. 7. Tomou o livro da aliança e o leu ao povo, que respondeu: “Faremos tudo o que o Senhor disse e seremos obedientes.” 8. Moisés tomou o sangue para aspergir com ele o povo: “Eis, disse ele, o sangue da aliança que o Senhor fez convosco, conforme tudo o que foi dito.” 9. Moisés subiu, com Aarão, Nadab e Abiú, e setenta anciãos de Israel. 10. Eles viram o Deus de Israel. Sob os seus pés havia como um lajeado de safiras transparentes, tão límpido como o próprio céu. 11. Sobre os eleitos dos israelitas, Deus não estendeu a mão. Viram Deus, e depois comeram e beberam.
Notar-se-á que há Aliança, é cercada por um ritualismo; donde se acompanha de sacrifícios de animais, sangue ou quem sabe até de Sal. Em Ex 24, 6-8 notamos que Moises, faz uso na cerimônia de sangue “Este é o sangue da Aliança que o YHWH fez convosco, através de todas essas cláusulas” (Ex 24,8), aspergindo o altar e o povo, para atestar a veracidades da aliança.  Ou quiçá para “ significar o respeito da aliança”, por vezes o mesmo e cercado de expressões; que servem para Recordar o pacto, que um dia foi feito. como: “Deter-se ao pacto” ou “Ser fiel ao pacto”. Fazendo-se assim uma constante memória do tratado que um dia fora feito.
É preciso deter-se a um detalhe muito contundente nesta questão, referente á aliança ou pacto. É a importância do mediado. Vemos esse papel em: Ex 24. E em Js 24. Sendo os mediadores Moises e Josué. Donde os mesmo exercem o papel de porta voz, que estabelece as cláusulas do acordo proposto. E fazendo com que a aliança deve ser registrada em uma pedra ou tábua, sobre argila ou sobre um rótulo de coro ou de papiro. O mesmo tem o papel de por assim dizer, quando se rompe a aliança de quebram as pedras ou dê se rachar as tábuas, como fez Moisés em Ex 32.
Para coadunar o contexto, transcrevo um trecho da apostila: o conceito de aliança; que ressalta o fato histórico da aliança, propriamente dita para Israel e suas tradições posteriores à mesma. Vejamos: 
“Seja em Ex 24,3-11 seja em Ex 19,3-8,encontramos repetida, com algumas variações, a mesma expressão: “Tudo o que YHWH disse, nós o faremos”. Mas o que o Senhor falou? O senhor, segundo a lógica do texto deu, a Tôrah,indicada, nesta parte do texto,pelo Decálogo, norma básica da Aliança.É a norma básica, mas não o compêndio da Tôrah. A tradição hebraica considerava a Tôrah formada por 613 preceitos (365 proibições, correspondente aos dias solares e 248 mandamentos, correspondentes às articulações do corpo humano); O grande ensinamento da Tôrah, o mandamento príncipe, é o primeiro. Quando Ex 20,2-6 prescreve de não haver outros deuses além de YHWH não é tanto uma formulação teórica de monoteísmo. Trata-se de um monoteísmo intuitivo, acrítico, afetivo, pessoal”.
Tendo o decálogo como norma regente da aliança, e posteriormente toda Tôrah e seus 613 preceitos, percebe-se assim o respeito e a importância relevante da aliança na vida do povo hebreu.  Fazendo-se uso das normas em contexto diário do existir do povo e da sua sociedade.
Por meio da Aliança que Deus acolhe Seu povo para direcioná-los a Terra Prometida, sendo que por meio de uma outra Aliança ele escolhe seu povo. Nesta perspectiva todos os cristãos hoje entendem que a Aliança renovada em Cristo Jesus se entende a todos de geração em geração. O que fora prometido e comprometido por Deus fora manifestado com a historicidade do tempo aos hebreus/judeus, foi para os judeus/cristãos e ainda o é (e para sempre será) para os cristãos. 

Camarão, Anderson.


[1] Cf. G. DOSSIN, em Syria, 19 (1938), p. 108-109.
[2] Cf. SPEISER, Mitteilungen der Vorderasiatischen Geselschaft , 1898, p. 228.

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Rito de Investidura dos Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística.



Celebração do Rito.
O presbítero ou o Diácono faz a apresentação dos candidatos.
Padre: Queiram aproximarem-se os que serão constituídos Ministros Extraordinário da comunhão, N.N..
Padre: Sr. Bispo, a Igreja de Deus, que está na Diocese de ...., solicita se digne constituir Ministros da Comunhão Eucarística os cristãos aqui presentes, e conferir-lhes a missão canônica na  qual serão investidos.
Bispo: Sabeis se estão preparados para exercer tão importante missão?
Padre: Conforme nosso parecer, eles receberam a necessário preparação.
Bispo: Podeis também garantir sua  idoneidade?
Padre: De acordo com a apresentação do Pároco e suas respectivas Comunidades, podemos afirma que foram considerados dignos. ser
Exortação
"estando todos sentados."
Bispo: Filhos caríssimos: fostes escolhidos para exercer um sublime ministério; deveis sentir-vos estimulados a procurar uma vida  que seja testemunho de fé e de bons costumes entre os vossos irmãos; deveis viver mais intensamente do ministério da Eucaristia  que é sinal  e fonte de unidade da igreja.
Sabeis que, toda vez que comemos o corpo do Senhor, e bebemos o seu Sangue, proclamamos a Morte do Senhor até que Ele venha. Que  as vossas obras se transformem em oferta espiritual á  Deus. Para que o possa aceitar por meio do seu Divino Filho.
Além disso, todos os que participamos o mesmo pão, nós que somos muitos, formamos um só corpo. Assim, ao distribuirdes a Comunhão aos irmãos, praticareis com mais fervor a caridade, como o senhor ordenou quando disse aos seus discípulos, ao dar-lhes a  comer o seu corpo: " O que vos mando é que vos ameis uns aos outros";e, ajoelhando-se diante deles, lavou-lhes os pés.
Terminando o curso  no qual vos preparastes para exercer este nobre ministério que vos  é oferecido pela Santa Igreja,  considerai neste momento a Missão a que fostes chamados.
Compromisso
Estando todos de pé, o Bispo, sentado, pergunta.
Bispo: Quereis assumir a função de distribuir aos vossos irmãos o PÃO DA PALAVRA e o CORPO DO SENHOR, com o intuito de servir e edificar a Igreja?
Ministros: Quero!
Bispo: Quereis dedicar-vos com o empenho à leitura e meditação da palavra de Deus, procurando vivê-la para poder anunciá-la com fé aos irmãos?
Ministros: Quero!
Bispo: Quereis viver mais intensamente do mesmo Pão Eucarístico e conformar as vossas vidas ao Sacrifício de Cristo?
Ministros: Quero!
Bispo: Quereis empenhar-vos com o máximo cuidado e reverência na conversão e distribuição da Eucaristia?
Ministros: Quero!
Investidura
O Bispo continua sentado, e os candidatos, dois a dois, ajoelham-se diante dele. Com a mão direita tocam na chave do sacrário e na âmbula com as partículas a serem consagradas durante a Missa, e que o Bispo lhes apresenta  neste momento.
Dois a dois, voltam ao último lugar da fila, levando nas mãos a veste própria dos MECEPs.Chegando diante do Bispo, ajoelham-se e entregam a ele suas vestes. O Bispo, auxiliado  pelo presbítero, os revestes e eles voltam aos seus lugares.
Terminada a investidura, os novos Ministros se ajoelham e o Bispo, de pé, diz:.
Bispo: Irmãos,  supliquemos confiantes a Deus Pai que se digne conceder a bênção a estes nossos irmãos, escolhidos para exercer o Ministério Extraordinário da Comunhão Eucarística.
(Todos oram alguns instantes em silêncio.)
Bispo: Ó Deus de bondade, vós que fundastes e governais a vossa família, dignai-vos abençoar + estes nossos irmãos, a fim de que , distribuindo fielmente o pão da vida aos seus irmãos e conformados pela virtude deste sacramento, venham a tomar parte do banquete celeste. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. 
Todos: Amém.

segunda-feira, 23 de maio de 2016

POR UMA CATEQUESE DE INSPIRAÇÃO CATECUMENAL


Hoje, muitos pais já não educam na fé os filhos. Não cumprem mais com a sua missão de serem os primeiros educadores na fé. Consequentemente, certo número de catequizandos vem para a catequese com pouca formação e vivência cristã, sem ter feito uma adesão clara à pessoa de Cristo.


Nos cinco primeiros séculos da Igreja, chamava-se catecumenato o período de iniciação, de introdução progressiva na fé cristã e na vida da comunidade, os adultos que queriam ser discípulos de Jesus Cristo e membros da Igreja.

Na Primitiva Igreja, o catecumenato acontecia em quatro etapas ou tempos. A passagem de uma etapa para a outra era marcada por uma grande celebração. E este processo de iniciação era organizado da seguinte forma:

1ª Etapa: Pré-catecumenato (Primeira Evangelização)

Nessa primeira etapa as pessoas são acolhidas na comunidade. É feito o primeiro anúncio do mistério da pessoa de Jesus Cristo. É um tempo próprio para despertar ou reavivar a fé, provocar a conversão, crescer na oração e introduzir na comunidade cristã.

2ª Etapa: Catecumenato (Tempo de Catequese)

O início do catecumenato é marcado por uma primeira grande celebração, que é o rito de entrada no catecumenato. Nesta grande celebração os catecúmenos (os que ainda não são batizados) e os catequizandos são acolhidos na comunidade cristã e assinalados com a cruz do Senhor, recebem o livro da Sagrada Escritura como sinal de sua condição de ouvintes da Palavra de Deus.

É a etapa da catequese, onde são aprofundados os principais temas da fé cristã. Por isso, requer uma duração mais longa, devido aos grandes conteúdos da catequese. Nesse período os catecúmenos e/ou catequizandos recebem formação bíblica, doutrinal, litúrgica e moral (prática da vida cristã).

3ª Etapa: Purificação e Iluminação

Essa etapa inicia com a segunda grande celebração, que é a celebração da eleição. Os catecúmenos ou catequizandos declaram que desejam ser cristãos. São acolhidos e declarados “eleitos” (iluminados) para receber os sacramentos na Vigília Pascal.

É o tempo de preparação imediata para a celebração dos sacramentos da Iniciação Cristã: Batismo, Crisma e Eucaristia. Corresponde ao período da Quaresma. É como um grande retiro quaresmal. É tempo próprio para a revisão de vida, a purificação do coração, o crescimento na conversão e o fortalecimento da fé em Jesus Cristo.

Na noite da Páscoa recebem os sacramentos do Batismo, da Crisma e da Eucaristia. É a terceira grande celebração. É o ponto culminante da iniciação cristã e o início da nova vida.

4ª Etapa: Tempo da Mistagogia

Depois da celebração dos sacramentos na Vigília Pascal, o catecumenato continua com a etapa da mistagogia, realizada durante o Tempo Pascal. Os neófitos (novos cristãos) são introduzidos mais profundamente nos mistérios cristãos através de novas explanações e da experiência (vivência) dos sacramentos recebidos.

Este é o caminho que deve inspirar a nossa catequese, hoje. Por isso, que os diversos documentos da Igreja falam em catequese de inspiração catecumenal. Não se trata de reproduzir tal e qual o passado, mas buscar inspiração.

Características da inspiração catecumenal.

a) É uma catequese que parte do primeiro anúncio da fé (Querigma), aprofunda e celebra o mistério anunciado e conduz para a conversão de vida, ou seja, a vivência da fé anunciada, refletida e celebrada.

b) Catequese mais ligada à Palavra de Deus, mais orante, mais celebrativa, mais vivencial, sem deixar de lado a linguagem racional e doutrinal.

c) Catequese ritmada pelo ano litúrgico e apoiada em celebrações que vão introduzindo os catequizandos nos mistérios da salvação conduzindo-os, assim, a uma pessoal e plena adesão à pessoa de Jesus Cristo.

d) Catequese gradual e progressiva, com celebrações que vão assinalando a passagem de uma etapa para a outra do itinerário catequético. Por isso são fundamentais as celebrações da entrada no catecumenato, da entrega do Credo e do Pai nosso e da eleição perto da celebração dos sacramentos.

Na catequese de inspiração catecumenal é fundamental a ligação entre catequese e liturgia. A catequese ajuda a conhecer Jesus Cristo, a encontrar-se pessoalmente com Ele e a aceitar a sua proposta de vida. A liturgia ajuda a fazer a experiência e a guardar no coração os mistérios de Cristo.

O melhor caminho para fazer a ligação entre catequese e liturgia é seguir o Ano Litúrgico. Não há como compreender e viver plenamente os mistérios da fé sem relacionar a catequese com o Ano Litúrgico e suas respectivas celebrações.

Isso não significa simplesmente trabalhar o Ano Litúrgico como tal nos encontros catequéticos, mas tê-lo como caminho, no qual são relacionados e inseridos os conteúdos catequéticos. Portanto, o caminho está em programar o calendário catequético conforme o ritmo do Ano Litúrgico e não de acordo com o Ano Escolar. Tal programação já seria um bom começo para desescolarizar a catequese.

Temos pela frente o emocionante desafio de promover uma catequese mais evangelizadora, celebrativa, orante e vivencial, sem deixar de lado a dimensão doutrinal.

Portanto, está lançado o desafio: “ou educamos na fé, colocando as pessoas realmente em contato com Jesus Cristo e convidando-as para segui-lo, ou não cumpriremos nossa missão evangelizadora” (DAp 287).